sábado, 6 de abril de 2013

Alforria




Lembro-me do tempo em que eu era escravo
Não pela cor da pele, mas por culpa do amor.
Perseguido eu não podia passear ao vento
Apenas deveria respirar sem nenhum lamento.

Como o tempo passa e nós sempre desatentos
Não percebemos que se acabaram os maus tratos
O amor que me alienou se despede e vai embora
Deixando-me perdido neste mundo que apavora.

As correntes que me lembravam da escravidão
Foram quebradas, não por Isabel, a princesa,
Mas pela fuga dos momentos sem destreza.

Eu, amado sufocado, era explorado, mas só ria,
Adorava ser objeto de uso de quem pertencia
Porém, agora choro, pois ganhei minha alforria.

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